Filosofia e Alimentação: Míriam Campolina
A
professora Miriam Campolina Diniz Peixoto possui graduação em Serviço
Social pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1985),
graduação em Filosofia na UFMG e na Faculdade Jesuíta de Filosofia e
Teologia (1989-1991, nao concluido), mestrado em Filosofia pela
Universidade Federal de Minas Gerais (1995) e doutorado em Philosophie
– Université Strasbourg II – Marc Bloch (2000). Atualmente é professora
adjunta da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na
área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Antiga, atuando
principalmente nos seguintes temas: Pré-Socráticos, Atomismo antigo,
Ética antiga, Problema do Corpo e da Alma, Medicina Antiga.
Filosofia e Alimentação – Parte I
Há uma relação entre o modo de lidar com os alimentos e nosso modo de pensar e fazer nossas escolhas na vida.
Sistemas contemporâneos de alimentação como o fast-food e a comida a
quilo privam o homem da experiência de convivialidade, o levam à pressa
para comer, à compulsão e a provar de tudo que há disponível.
A reflexão sobre a alimentação é um terreno frutífero para o
pensamento filosófico, sobretudo no campo da ética. Desde a
antiguidade, muitos filósofos trataram diretamente dessa questão.
Filosofia e Alimentação – Parte II
“Como comemos somos” oferece uma dupla reflexão sobre a alimentação:
1. O modo como nos alimentamos é demonstrativo daquilo que somos; 2.
Comer junto instaura uma comunidade entre os comensais.
No fast food, por comermos solitariamente, o homem se priva de uma
condição quase que inata do homem de se constituir enquanto ser social
no ato de comer.
Filosofia e Alimentação – Parte III
Como pensar os distúrbios alimentares da bulimia ou anorexia a
partir de uma reflexão filosófica sobre o alimento? Etimologicamente,
esses termos vêm do grego e indicam, um por excesso (bulimia) e outro
por falta (anorexia), uma incapacidade de lidar com os próprios
impulsos e desejos.
Narração do texto de Xenofonte sobre o exemplo socrático da
moderação. Sócrates, diz-se, agia em harmonia com o próprio apetite e
fazia das refeições e de sua moderação uma fonte de prazer.
Filosofia e Alimentação – Parte IV
A professora Miriam apresenta a idéia da “cosmofagia”, enquanto
comemos, comemos o próprio mundo, participamos dele. O ato de comer
reintegra o homem ao macrocosmo. Aquilo que está fora de nós, também,
pela ingestão dos alimentos, se apresenta dentro de nós.
Como pensar o ato de alimentar e as relações quanto aos modos de
produção e a influência da mídia? É interessante que muitas vezes
deixamos de consumir o alimento nele mesmo para buscar esta ou aquela
marca. Um exemplo interessante sobre o debate quanto a alimentação é o
movimento slow-food cuja proposta é divulgar um modo de alimentação
mais voltado ao homem.
Sugestão de livros: “A razão gulosa: a filosofia do gosto” e “Ventre
dos filósofos” de Michel Onfray, ambos publicados no Brasil pela
editora Rocco. “A história da alimentação” de Jean Luis Flandrin e
Massimo Montanari publicado pela Ed. Estação Liberdade. Sobre o
movimento do slow-food, visitar o site da organização: www.slowfoodfoundation.com
Extraído do Site: http://www.fafich.ufmg.br/petfilosofia/logofonia/